Um oizinho pra você que quer saber onde estou, como estou, como ficou. Um oizinho pra trazer pra perto quem não pode me ver. Um oizinho cheio de saudade de quem me lê. Um oizinho pra você!
Wednesday, March 30, 2011
Você não vale nada...
Thursday, March 24, 2011
Notícia boa
Ainda bem que a Coca Cola resolveu colocar isso na mídia.
Se a gente puder fazer a nossa parte!
Wednesday, March 23, 2011
Um agradecimento
No domingo acordei meio revirada, meio de mal com a vida, briguei com a minha mãe, sai da casa encontrei com os amigos levei um soco na garganta e na segunda estava um saco de batatas. Tinha duas reuniões importantes que me fizeram sair da cama chorando porque minha vontade era continuar nela, fui sem condições nenhuma emocional e ao poucos do dia fui me recuperando.
Devagar a gente vai percebendo que isso so serve para gente amadurecer.
Passei ontem numa loja de flores e fiquei olhando cada uma delas.
Cada uma representa alguma coisa. Eu sou fascinada por bonsais. Quis dar para meu cunhado e minha irmã que estão indo morar junto, um pé de bonsai de pau-ferro, que representa 1 ano de relacionamento deles que eles plantaram uma árvore. Essa seria para o apartamento deles. Infelizmente não achei.
Hoje alguns dias depois de tudo que passou posso o outro lado da perspectiva, o tanto de coisa que eu tenho de gente que esta do meu lado, me dando carinho, amizade, cultivando minha presença e regando o meu jardim.
Tenho uma família nota mil. Uma empresa e uma equipe que luta por nossos ideiais e que posso confiar. Ganhei um cunhado, que além de me ajudar profissionalmente me ajuda emocionalmente. Além de ter uma pessoa do outro lado do mundo que me ajudou como pode para arrancar um sorriso do meu rosto e conseguiu.
Tenho amigas maravilhosas e amigos que me colocam para cima, o que mais eu posso querer?
Eu quero sim muito mais! Mas tudo tem seu tempo, e terei sim paciência para esperar a sua devida hora chegar.
Esse post foi só para agradecer tudo de bom que a vida me proporciona, de especial e de me dar força para continuar lutando, mesmo quando eu enfraquejo (sou ser humano, poxa...)
A vida é assim, seus altos e baixos. E enquanto isso eu estamparei meu sorriso no rosto para que saia qualquer onda de mal humor e que se alastre por esse Universo que não merece.
Obrigada meu Deus por tudo e me perdoe por ás vezes me importar com tanta bobagem e esquecer daquilo que é essencial. A minha felicidade é essencial. E nada e ninguém pode afetá-la. Aqui eu que mando! Com sua autorizaçao, claro. Um ótimo dia para todos vocês!
Tuesday, March 22, 2011
Na verdade foi na segunda restos de domingo,...
Saturday, March 19, 2011
de repente deu uma vontade de ir para o futuro e ver como tudo isso termina....
CASO DE AMOR - Manoel de Barros
Uma estrada é deserta por dois motivos: por abandono ou por desprezo.
Esta que eu ando nela agora é por abandono. Chega que os espinheiros
a estão abafando pelas margens. Esta estrada melhora muito de eu ir
sozinho nela. Eu ando por aqui desde pequeno. e sinto que ela bota sentido
em mim. Eu acho que ela manja que eu fui para a escola e estou voltando
agora para revê-la. Ela não tem indiferença pelo meu passado. Eu sinto
mesmo que ela me reconhece agora, tantos anos depois. Eu sinto que ela
melhora de eu ir sozinho sobre seu corpo. De minha parte eu achei ela bem
acabadinha. Sobre suas pedras agora raramente um cavalo passeia. E quando
vem um, ela o segura com carinho. Eu sinto mesmo hoje que a estrada é
carente de pessoas e de bichos. Emas passavam sempre por ela
esvoaçantes. Bando de caititus a atravessavam para ir ao rio do outro lado.
Eu estou imaginando que a estrada pensa que eu também sou como ela:
um coisa bem esquecida. Pode ser. Nem cachorro passa mais por nós.
Mas eu ensino para ela como se deve comportar na solidão. Eu falo:
deixe deixe meu amor, tudo vai acabar. Numa boa: a gente vai
desaparecendo igual quando carlitos vai desaparecendo
no fim de uma estrada…
Deixe, deixe, meu amor.
Friday, March 18, 2011
a melhor música da minha vida
When I had you to myself
I didn't want you around
Those pretty faces always made you stand out in a crowd
But someone picked you from the bunch
when glance was all it took
Now it's much too late for me to take a second look
Oh baby give me one more chance
(show you that I love you)
Won't you please let me
(back to your heart)
Oh darlin' I was blind to let you go
(let you go baby)
But now since I see you in his arms
(I want you back)
Yes I do now
(I want you back)
Ooh ooh baby
(I want you back)
Ya ya ya ya
(I want you back)
Na na na na
Verso 2:
Tryin' to live without your love
Is one long sleepless night
Let me show you girl
That I know wrong from right
Every street you walk on
I leave tearstains on the ground
Following the girl
I didn't even want around
Let me tell you now
Oh baby all I need is one more chance
(show you that I love you)
Won't you please let me
(back to your heart)
Oh darlin' I was blind to let you go
(let you go baby)
But now since I see you in his arms
Oh baby I was blind to let you go
But now since I see you in his arms
Para um dia no futuro
Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.
Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.
Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.
Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.
Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.
...Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.
Carnavália - no Brasil o Carnaval é o ano inteiro
Vem pra minha ala que hoje a nossa escola vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória nesse lugar
Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar, vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar
Na Portela tem Mocidade, Imperatriz
No Império tem uma Vila tão feliz
Beija-Flor, vem ver, a porta-bandeira
Na Mangueira tem morenas da Tradição
Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou, o surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Thursday, March 17, 2011
Carta aberta aos Homens, por Xico Sá
Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobres moços, neste panfleto testosteronizado. Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.
Destemidas fêmeas, caso notem que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, recortem e colem nas geladeiras , tirem uma cópia e preguem no banheiro, na mesa do computador, na cabeceira, deixem esta crônica grudada na tv, mas não antes do futebol, pois há o risco de simplesmente ser ignorada, enfim, me ajudem para que esta minha carta aberta aos rapazes chegue, de alguma forma, ao alcance deles.
Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito. O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.
Cabróns, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos.
Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas? Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte.Ora, mandem nem que seja uma mensagem de texto delicada, seus preguiçosos, seus ordinários. O que custa um telefonema gentil, queiramos ou não dar seqüência à historia?!
Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noite, ora direis, ouvir estrelas!
Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.
Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós. Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô cafuso”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e felicidade possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?
Amigos, mulher não é para ser temida, é para nos dar o melhor da existência, para completar-nos, nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora. Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.
Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida. Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade.
Wednesday, March 16, 2011
Descobri essa música hoje
Nunca pratiquei mas acho que ela esta certa sim!
Corre pra ver,
Se é de olhar, se derreter
Se de repente pode ser
Se este instante lhe chamar
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é gostoso, porque não
Se é bem bom pro coração
A gente vai pra ser feliz
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é melhor se derreter
Se de repente pode ser
Se este instante lhe chamar
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é gostoso, porque não
Se é bem bom pro coração
A gente vai pra ser feliz
Viva, tenha
SOBRE IMPORTÂNCIAS
SOBRE IMPORTÂNCIAS
Manoel de Barros
Um fotógrafo-artista me disse outra vez: veja que pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a Cordilheira dos Andes. Que um osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante. E um dente de macaco da era terciária é mais importante para os arqueólogos do que a Torre Eifel. (Veja que só um dente de macaco!) Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que o Empire State Building. Que o cu de uma formiga é mais importante para o poeta do que uma Usina Nuclear. Sem precisar medir o ânus da formiga. Que o canto das águas e das rãs nas pedras é mais importante para os músicos do que os ruídos dos motores da Fórmula 1. Há um desagero em mim de aceitar essas medidas. Porém não sei se isso é um defeito do olho ou da razão. Se é defeito da alma ou do corpo. Se fizerem algum exame mental em mim por tais julgamentos, vão encontrar que eu gosto mais de conversar sobre restos de comida com as moscas do que com homens doutos.
Tuesday, March 15, 2011
Dawsons
Assistia Dawsons na minha adolescência e sempre achei os diálogos incríveis. Agora revendo, vejo que realmente eles eram especiais, ainda me emociono.
Monday, March 14, 2011
sonhei com você
o Amor Acaba
O Amor Acaba – Paulo Mendes Campos
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
LUIZ FELIPE PONDÉ - O filósofo Charles Harper
A sociedade do sucesso tortura meninas para serem magras e meninos para darem dez sem tirar
ADORO TELEVISÃO! Curto muito o dr. House e sua visão trágica de mundo (aliviada estes dias porque ele está pegando a chefe, a dra. Cuddy, e sempre que pegamos alguém a tragédia da vida se dilui na doçura do sucesso sexual, não?).
Hierarquias de poder são grandes afrodisíacos, seja quando envolve mulheres acima (chefes), seja com mulheres abaixo (secretárias). O cinema explora isso há muito tempo com sucesso de bilheteria.
Calma, cara leitora. Não engasgue. Brinco. Aliás, brinco muitas vezes, mas nunca sabemos até onde vai a brincadeira no mundo, não é? Dúvidas são como neblina numa estrada. Escondem curvas e acidentes mortais ou nada além da própria monótona neblina.
Mas tenho um outro herói na TV: Charles Harper, da série "Two and a Half Men". Tenho um amigo que a deu de presente para seu jovem sobrinho. Acertou em cheio: essa série deveria fazer parte da formação de todo menino hoje em dia, porque vivemos em épocas sombrias. A propósito, deveríamos dar de presente neste Natal a coleção inteira de Monteiro Lobato só para deixar os fascistas da censura das raças bravos. Se vivessem na Alemanha nazista, esses fascistas fariam fogueiras com livros do Monteiro Lobato.
Na agonia de diminuir as baixarias do mundo, estamos mesmo é gerando meninos inseguros e confusos e ainda tem gente por aí que nega isso. Sei que escolas "ensinam" em sala de aula que as "mulheres são oprimidas" já na sétima série! Ouvindo isso, fico feliz que já tenho 51 anos e que pude crescer num mundo onde as mulheres não eram "esse bicho de sete cabeças" que viraram. Pena. Agora sofrem com carinhas medrosos e chorões... e fóbicos que não aguentam compromissos. Ainda bem que a velha seleção natural do Darwin impede que a maioria delas acredite nas baboseiras que falam por aí sobre meninas oprimidas na sétima série. Homens e mulheres se amam para além do "ódio de gênero".
Voltando ao filósofo Charlie. O duo dele e seu irmão Alan é ceticismo puro para com as modas do comportamento "correto". Um estudo do comportamento masculino que deixa muita ciência "das masculinidades" (que nome horroroso!) no chinelo. As "militâncias" transformaram muitas mulheres em zumbis emancipados e agora se preparam para fazer o mesmo com os coitados dos caras.
Alan é o típico homem inseguro, mentiroso, "loser", que se esconde no blá-blá-blá atual da "sensibilidade masculina". Mas sua muito para pegar alguém. Falido, "massagista" que queria ser médico, expulso de casa pela sua ex-mulher, Alan vai morar com seu irmão Charlie e leva seu filho, Jake (uma prova de que corremos risco de extinção por estupidez). Charlie é seu oposto: bem-sucedido financeiramente, ganha muita grana fazendo jingle publicitário (o suficiente para deixar as "freiras feias" da esquerda nervosas) e pega todas.
Claro que estamos no mundo dos tipos superficiais de comédias. A vida dos homens não é nem Alan nem Charlie. A sociedade do sucesso (material, sexual, afetivo) de hoje é um fracasso: tortura meninas para serem magras e meninos para darem dez sem tirar. A verdade é que a série brinca com os sucessos vazios dos dois irmãos e expõe a dura realidade: o sucesso na vida afetiva não existe.
Uma pérola para você: num dado momento, Alan reclama que seu irmão Charlie está ensinando bobagens para seu filho. Os dois conversavam sobre mulheres. Alan diz "uma relação é construída com sinceridade e respeito pelo outro" (mentira, ele é um dissimulado, como todo mundo que diz "respeitar o outro"), ao que seu irmão Charlie responde: "Nada disso, uma relação se constrói com diamante e Viagra". Voilà.
Moral da história: para além do blá-blá-blá da "sensibilidade masculina" e da idealização dos afetos (comum em épocas como a nossa, dominada pela sensibilidade infantil da classe média), a maioria das mulheres quer mesmo é homens com "poder" e seguros, que saibam dizer "não" para elas e "sustentar" um mundo onde elas se sintam amadas. A questão é: tem algum cara que queira pagar a conta? Amor é luxo.
Espero que você ganhe um diamante nesta semana.
Um pouco de Neruda
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda
Sunday, March 13, 2011
Saturday, March 12, 2011
para você
Você me chama com a maior cara de pau do mundo.
Eu acho que não caio.
Mas eu entendi seu jogo, e aceito.
E curto. Afinal, a vida é curta!
E é para ser vivida até seus últimos instantes.
Adoro o cheiro dos seus poros, e a gente vai se curtindo a sim, levinho, levinho.
Como se a vida fosse sem nenhum compromisso, sem nada sério. Tudo do jeito que eu não gosto, porque gosto de estar com você quando estou com você. Estou aprendendo isso.
como conforto
Friday, March 11, 2011
Júnior
NIZAN GUANAES
Se quiser pensar diferente, ver como o mundo está mudando, ouça seus filhos, seus netos, a turma deles |
NASCI EM 9 de maio de 1958, numa casa bem modesta no Carmo.
Tem gente que tem vergonha de sua origem. Eu tenho muito orgulho. O chão da nossa casa era de cimento, não havia água encanada. Tomávamos banho a partir de uma lata de água esquentada no fogo, usando a embalagem de queijo prato como cuia.
Inesquecível.
Televisão e refrigerante, só aos sábados. Meu avô era comunista ferrenho, me botava para ler Castro Alves, Monteiro Lobato.
São essas coisas que dão forma à vida. Você é o que você é. A sua história é a sua maior diferença. O que só você pode contribuir será sempre a sua maior contribuição ao longo da sua vida toda.
Hoje, tenho 52 anos, e tudo isso ecoa numa carcaça cada vez mais velha. Ter 52 anos é chato, mas a outra opção é dramática...
Passei 157 dias no exterior no ano passado. Vendo, ouvindo, me reciclando e aprendendo.
Sou de 1958, e não há quem seja de 58 que não precise de uma boa reforma.
Sou um homem de meia-idade.
Tenho gastrite, quase uma hérnia de disco, refluxo, minha memória, principalmente a recente, se foi, minha vista é péssima.
Por causa do refluxo, meu médico disse que devo evitar gelo, água com gás, refrigerante, bebida, cigarro, pimenta, comidas condimentadas.
Ou seja, ele está pedindo a um baiano que seja um suíço.
Tudo na vida tem seu lado bom.
Eu, que sempre fui arrogante, intolerante, de péssimo humor, eu, que de tão mala, quando viajo sem mala, pago excesso, estou aprendendo com os anos a não me levar tão a sério.
Tenho três filhos. Uma menina de 25 anos e dois aborrecentes.
Os dois aborrecentes me botaram o apelido de Júnior. Porque, segundo eles, sou mais infantil e mais mimado do que eles dois.
Nem meu pior inimigo poderia ter me dado um apelido mais cáustico e mais cirúrgico.
É uma desmoralização e ao mesmo tempo uma graça ser chamado de Júnior.
Delícia maior é viajar com eles e ser esculhambado e desmoralizado na frente dos outros por criaturas que eu amo tanto.
Antes, ser pai era ensinar. Hoje, ser pai é aprender.
A última campanha do Itaú foi criada com eles. Eles me ensinam muito. Animam-me quando estou triste, baixam a minha bola quando estou me achando demais.
Adoro viajar sozinho com eles para descobrir o mundo em dimensões diferentes da minha. Passam semanas e dias inteiros comigo na China, em Roma, em Dubai, na Cidade do Cabo, na Sardenha.
Odeio e amo. Além de me chamarem de Júnior na frente das outras pessoas, no particular eles ainda me chamam de Juju.
Juju é a suprema desmoralização.
A verdade é que, como pai tardio, sou quase como um avô para meus filhos. E eles me renovam mais do que qualquer vitamina. Tantas vezes eles já me fizerem mudar de roupa, de cabelo, de pensamento.
A moral da história deste artigo é que, se você quer pensar diferente, se quer ver como o mundo está mudando, posicionar sua empresa na forma moderna, para que o futuro não seja uma ameaça, mas uma promessa, não contrate só consultores.
Ouça seus filhos, seus netos, a turma deles.
Eles esculhambam a gente, o nosso trabalho, os nossos clientes. Mas eles são ar puro entrando pela janela, guias para o presente e um atalho para o futuro.
A gente fica possesso na hora da esculhambação, dorme pensando e acorda iluminado.
E eu, Júnior, agradeço aos meus filhos por me desmoralizarem a cada segundo e me iluminarem a cada dia.
A liberdade é o que nos prende
Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade
Thursday, March 10, 2011
Pondé
Pondé, foi meu professor de filofofia na faculdade, ele me encantou n primeiro dia de aula, chegava a assistir suas aulas em outras salas devido a tanta inteligência. A inteligência me encanta, me envolve. E assim eu fiquei nos 4 anos de faculdade. Apesar dele ter um olhar bem pessimista diante da vida, bem diferente do meu e da gente não concordar em um monte de coisas no fundo no fundo eu achava que a gente se encontrava, na alma talvez. Não sei. Hoje ele é colunista da Folhs de S. Paulo e quando me pego lendo seus textos fico apaixonada por tudo que ele escreve, não concordando mas ele me convencendo, algo difícil de explicar.
Fui oradora da minha turma e ele paraninfo, depois do meu discurso que era super otimista ele me cita umas 3 vezes dizendo que soubesse que eu falaria tudo aquilo teria me reprovado, dando aquela risada de bruxo que eu adoro. Que saudades! Fico sempre extremamente orgulhosa de ter sido sua aluna e ele sempre meu eterno professor,...
Aí vai o link: Deus me livre de ser feliz - Luiz Felipe Pondé
Wednesday, March 9, 2011
Tuesday, March 8, 2011
Tati Minerato
Para V.
Médico. Plantonista. Trabalha todos os dias. Menos nos finais de semana por opção. Moreno. Olhos verdes. Alto. Bonito e sensual, talvez resolvesse todos os meus problemas. Isso pode ser visto facilmente em pouco tempo de conversa, ou em apenas um relance de olhar. O que sei dele é muito mais do que isso.
O que descobri ainda para mim soou mais belo que os olhos verdes. Por vezes, admiro a sinceridade e franqueza das pessoas. A verdade dele me conquistou apesar de ouvir coisas que preferia não ter ouvido. Ouvi histórias que com certezas grandes amigos próximos não sabem, mas não teve vergonha da sua história, porque aquela era a sua vida, e ele sabia muito bem o que ele queria para a vida dele apesar da "pouca idade", mas muita experiência.
Trocamos confidencias, muitas, que eu também demoro para contar para meus amigos mais próximos, mas a nossa conversa fluiu. Sem pudores. Sem malicias. E devagar a gente se conhecia. Foi quase uma terapia. Espero que a gente tenha se ajudado. Ele ainda não resolveu todos meus problemas mas posso garantir que quando volto para casa vou bem mais feliz que quando saio.
Feliz dia Internacional das Mulheres
Tighten Up
Monday, March 7, 2011
quereres...
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim
Os nomes de Deus
Sunday, March 6, 2011
Há um ano atrás eu cantaria essa!
I need your arms around me
I need to feel your touch
I need your understanding
I need your love so much
You tell me that you love me so
You tell me that you care
But when I need you (baby)
Baby, you're never there
On the phone long, long distance
Always through such strong resistance
And first you say you're too busy
I wonder if you even miss me
Never there
You're never there
You're never ever ever there
Hey!
A golden bird that flies away
A candle's fickle flame
To think I held you yesterday
Your love was just a game
(x2)
You tell me that you love me so
You tell me that you care
But when I need you (baby)
Take the time to get to know me
If you want me why can't you just show me
We're always on this roller coaster
If you want me why can't you get closer
Never there
You're never there
You're never ever, ever, ever, there
(2X)
Tua boca!
A tua boca me dá água na boca
Ai que vontade de grudar uma na outra
E sugar bem devagar,
gota por gota
Beija-flor beijando a flor
ou borboleta
A tua boca me dá água na boca
Que vontade de rasgar a nossa roupa
Vamos pra qualquer lugar,
praquela gruta
Pra qualquer quarto de hotel
praquela moita
A tua boca me dá água na boca
Que vontade de gritar, é uma bomba
Acho que vai rebentar, desgraça pouca
Azar eu vou me matar
na sua boca
outra do Itamar Assumpção
eu vou tirar você do dicionário
Eu vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário
E no seu lugar
Vou colocar outro absurdo
Eu vou tirar suas impressões digitais
Da minha pele
Tirar seu cheiro
Dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim
Eu vou tirar o sentimento
Do meu pensamento
Sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
A qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de vez sua voz
Dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
O dito pelo não tido
Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim
Uma bula
Milágrimas
(Alice Ruiz e Itamar Assumpção)
em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo
vá ao cinema dê um sorriso
ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
se amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido
a cada mil lágrimas sai um milagre
caso de tristeza vire a mesa
coma só a sobremesa coma somente a cereja
jogue para cima faça cena
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre
mas se apesar de banal
chorar for inevitável sinta o gosto do sal do sal do sal
sinta o gosto do sal
gota a gota, uma a uma
duas três dez cem mil lágrimas
sinta o milagre
a cada mil lágrimas sai um milagre
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre
mais uma para você
Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais...
Saturday, March 5, 2011
Ai que saudade D'oce
Friday, March 4, 2011
Thursday, March 3, 2011
Wednesday, March 2, 2011
Algumas roupas penduradas
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me falta..